segunda-feira, 7 de abril de 2014

Será que dá?

Eu realmente espero que um dia 
Inventem uma máquina ou teoria capaz de medir 
O desperdício de nós dois


Alguns anos se passaram e, se não dá pra ser feliz agora, eu espero. 
Espero você decidir se quer. Espero você se recordar do que éramos um para o outro. Espero também pela minha decisão. Porque eu realmente não sei se tô pronta pra isso. Meu quarto está uma bagunça, o banheiro e a cozinha, por lavar. Agora não dá mesmo pra arriscar. É melhor esperar o fim de semana, o dia do pagamento, a formatura. Quer que eu espere a sua? Espero sim. Quem sabe no domingo eu bata na sua porta e a gente se acerta? O tempo continua passando, com ou sem você (apesar de que, sem você é sempre mais difícil). Mas já esperei tantas coisas. Por que não esperar mais um pouco, não é mesmo? Eu consigo te olhar e pensar que talvez o tempo certo ainda esteja por vir. Será? 

Será que daqui a uns, sei lá, cinco anos, vai ficar tudo do jeito que eu quero? Meio assim, organizado, sabe? Um emprego legal, algumas viagens. Todas as roupas em cabides, o armário do banheiro sempre limpo, a pia da cozinha sem amontoações. Nós dois no sofá, programando a TV para o filme de terror das 23h. Não quero muita mordomia não. Nem filhos, nem empregada, nem gatos. Quero só você mesmo. Já tá bom. Quero que me dê um beijo de boa noite e um sorriso de bom dia. É sonhar demais? Quero só te ver de novo, te amar, te chamar de amigo.
Será que eu consigo?

Quero deixar de ser isso que sou pra você hoje. Porque sei que sou uma inquieta, meio doida, meio chata, com um humor incerto, que você não quer por perto. Mas deixa eu acreditar que com o tempo eu serei o que você espera. Porque pra mim, sinceramente, não faz mais diferença. Tenho me sentido insegura, solitária e cada vez mais sem graça. Deixei muito do que eu era pra trás. E talvez, se eu esperar, você me dê uma chance. Me abrace de verdade. Deixe de lado essa vaidade, esse medo da saudade.


Mas se agora realmente não dá, eu vou esperar. Não por você, nem pelo momento perfeito, mas por algo que faça mais sentido do que isso tudo tem feito.

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